segunda-feira, 20 de setembro de 2010


Debatendo Debord

Recentemente na faculdade assistimos o filme A Sociedade do Espetáculo e Guy Debord, apresentado pela professora Carol Goos da disciplina de Redação e Hipertexto que propôs nas aulas seguintes um breve debate sobre as abordagens do filme. Segue abaixo uma conclusão minha sobre o filme e o debate.
Não pude mudar muito minha forma de entender o filme após os debates em sala, notei que as pessoas estavam mais interessadas em ter argumentos para opinar sobre a forma que Guy Debord abordou e colocou, de forma errada e pessoal (segundo a opinião de alguns no debate), em sua obra do que tentando entender a proposta do autor. É verdade que o filme é “pesado”, “sujo” e difícil de entender ainda mais se o espectador não está lá muito “a-fim”.
Em “A Sociedade do Espetáculo” de Guy Debord , vemos um filme formado com uma sucessão de imagens em que o autor trabalha de forma livre e forte as questões da sociedade atuante e como ela está vivendo.” Foi desta forma que abri meu relatório entregue e quero destacar esta parte: “...autor trabalha de forma livre e forte...” Ele trabalha livre como qualquer artista deve trabalhar e se um artista não puder expressar sua forma de pensar enterre-o vivo! Pois ele está morto literalmente!
Abaixo o restante na integra do meu relatório apresentado:
“Ao que parece o autor não quer ter razão ou está criticando algum regime político, mas sim apontando ao ser que vive nesta sociedade as mazelas que pela forma em que vive  acaba por não perceber e que por serem pequenas não recebem a atenção necessária para uma possível modificação. Eis a celebre frase “São as pequenas coisas que valem mais”.
Querer dar ou não razão a Guy Debord é como dizer que o poeta, o músico ou o artista tem razão ou não em criar uma obra, eles não criam suas obras para ter razão e sim para poder expressar-se e ser um denunciador perante a sociedade. O autor apenas se utiliza da polêmica para fomentar nos espectadores sensações que os tirem de seu estado de conforto e questionem a sua sociedade e qual a sua parcela de culpa nisso tudo.
Algumas vezes ele parece contradizer-se e se analisarmos a fundo suas palavras perceberemos uma ironia aliada à forma filosófica de expor uma situação que é atemporal, já que o que acontecia naquela época acontece até hoje em maior e menor escala. Somos testemunhas e algozes em comportamento e postura perante a Sociedade do Espetáculo.
Se trocarmos todas as imagens do filme por simplesmente pessoas, ele seria entendido da mesma forma, pois não é a publicidade que é mentirosa, o rico que só pensa em dinheiro ou as pessoas que só querem estatus, o fato é que não é a sociedade que é assim, somos nós é que somos assim! Cada um! Eu! Você! Eles! Nós! É a junção destas palavras que forma a palavra Sociedade.”
Durante o debate levantaram muitas discussões, opiniões e palavras, mas as que mais resumem o debate foram as palavras do Rodrigo Grillo:
“As pessoas que dizem que a propaganda é manipuladora e mentirosa possuem os produtos das grandes marcas tais como: Apple, Nike, roupas de “marca”, entre outras coisas”.
Então acredito que não devemos discutir o Debord, mas nossa forma de agir perante a sociedade e questionar-nos o que estamos fazendo para melhorar o ambiente no qual estamos inseridos.